
O sistema eVM-Vigilância de Mortalidade foi apresentado esta quinta-feira no Congresso Nacional de Saúde Pública, que decorreu em Lisboa e vem permitir saber em cada óbito que se verifica em Portugal “onde, como e como ocorreu”, explicou o director-geral da Saúde, Francisco George.
O sistema tem dados desde 1 de Janeiro de 2014, quando entrou em funcionamento o novo registo de certificados de óbito – Sistema de Informação dos Certificados de Óbito (SICO). A ferramenta online permite a qualquer pessoa saber alguma das causas das mortes, como acidentes de trânsito ou de trabalho, suicídios, homicídios ou causas naturais; mas os dados concretos que envolvem as mortes (local, identidade, nome dos médicos que assinam o documento) só são acessíveis a médicos do centro de análise da Direcção-Geral de Saúde (DGS).
Cátia Sousa Pinto, chefe de divisão de epidemiologia e vigilância da DGS, explicou que o sistema permite às autoridades de saúde “iniciar uma intervenção rápida” caso venha a ser necessário, como em situações como ondas de calor ou outros fenómenos climáticos extremos; na vigilância da gripe ou, caso surjam mortes por doenças menos vulgares em Portugal, como a cólera. “É possível detectar e inciar a investigação rápida”. “Permite-nos em tempo real ver o impacto das épocas gripais na mortalidade, por exemplo. E permite-nos perceber se está a morrer-se mais ou menos em Portugal”, indicou a especialista em saúde pública. Através deste sistema electrónico é ainda possível acompanhar a mortalidade perinatal (em bebés até aos 28 dias de vida).